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Espiritismo x Marxismo?

Intriga-nos a contradição entre o consolador prometido e a desesperança como estado de revolução, duas linhas de conhecimento simpáticas às minhas reflexões. Trata-se de um aspecto da doutrina espírita em conflito com um pensamento marxista.

Consolar - objetivo da doutrina espírita - é acalmar em prol da esperança. Revolucionar - pauta-mor da sociologia - é se reconhecer sem possibilidades (desesperança) para criar um novo conhecimento e sair do poço.


A menos que cursemos Teologia, na faculdade não estudamos esse conflito que, concluo, é uma correlação. A consolação enunciada pelo espiritismo difere do conformismo acusado na sociedade e repulsado pelas ideias revolucionárias de Marx. Numa brincadeira etimológica (e simbólica, não pesquisada) palpito:

- Conformismo = "Com forma mesma":
Enquadrar-se na forma mesma que já existe. É o que o marxismo acusa. E o espiritismo, ao menos, não incentiva.

- Consolar = "Com Sol no Ar":
Significa que há uma energia (sol) que ilumina e aquece no ambiente (ar). É o que Marx chama de revolução. O 'Consolador' argumenta que a barbárie não é necessária para revolucionar o ordem.

Complementam-se as duas teorias, portanto. Não se conformar e ser consolado indica um caminho de esperança pautada na ação de se reconhecer a ponto de desesperar (já sendo consolado) para promover o bem estar social, um objetivo tanto do marxismo quanto do espiritismo.

Falei asneira? Foi apenas um pensamento. Mais um ensaio.

6 comentários:

  1. Caro amigo

    As palavras ditas
    de modo simples,
    ensinam e se completam.

    Penso que nas duas teorias
    existem formas diferentes
    de chegar ao amor,
    mas não a um diferente amor.


    Que haja sempre
    perfume de sonhos
    em tua vida.

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  2. Com certeza formas diferentes de se chegar ao amor.
    Essas palavras junto à uma elucidação da professora que me causou conflito a ponto de ter que escrever algo qualquer, Paola, me permitem dar um passo. Formas diferentes - que não tem e nem precisam ter relação - de chegar ao amor.
    O pensamento acima não pode ser considerado, de fato. Mas é como se conjuga em mim, o marxismo e o espiritismo, mesmo que o primeiro negue, oficialmente, o outro, na raiz.

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  3. Marxismo e espiritismo são inconciliáveis. Marxismo é uma doutrina materialista, que visa destruir a religião, a família e tudo o que serviu de base para a civilização ocidental. Comece lendo o manisfesto do partido comunista, sob o alerta de León Denis, que disse ser Marx um homem ácido e odioso e acorde.

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    1. Obrigado pela contribuição! Vou ler "Socialismo e espiritismo", do León Denis. Tem também uma tese de doutorado sobre "Marxismo e Espiritismo", do Jacob Netto, que pode ser interessante.

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  4. Antes de ir no texto, Tati, eu fui na essência do desejo revolucionário (Marx) e regenerador (Kardec) para fazer, como este blog propõe, um ensaio de paz, ou seja de conciliação sim.

    Há quase 200 anos repetem-se as teorias e já viramos papagaios repetindo o discurso - não é isso o que me interessa, pois já é certo: Espiritismo e marxismo/materialismo são opostos sim, concordo e conheço os tais textos.

    Convivo em meio espírita e também em meio marxista com movimentos sociais. E como se explica o desejo comum nos dois ambientes da fraternidade apesar da divergência dos meios, dos termos e da postura? Na minha opinião, a razão, com seu caráter matemático de divisão, é que nos faz simplesmente considerar separados e inconciliáveis o que tem origem no mesmo anseio humano pela (r)evolução.

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  5. Tenho lido alguns comentários sobre o assunto. Mas não vejo sempre uma correção do âmbito espírita sobre a contextualização dos escritos Marxistas. Sempre se fala da espiritualidade como um movimento atemporal e comparam o marxismo da mesma forma. Acredito sim que não são opostas, e esses discursos de "materialistas" "destruir a religião", são pura alienação. A emancipação humana marxista pode muito bem ser um conceito de evolução espiritual kardecista.

    Abraço

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