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Semana que vem – Hoje pode ser o último dia de nossas vidas?

Críticas ácidas podem elucidar bastante e numa época tão robótica, quando o ser humano não percebe seus próprios atos, a aspereza em letras de música, textos e demais obras de arte são ensaios de paz. “Semana que vem” do álbum Admirável Chip Novo (2003) da cantora de rock Pitty comprova irônica e iconicamente, tanto quanto todas as músicas deste álbum e tantas outras de outros álbuns e artistas brasileiros ou não, a importância destes elementos artísticos na construção da paz.

São, geralmente, alertas sonoros capazes de abstrair o pensamento do corpo. Gritos de guerra ou frases diretas que convocam arrepios imediatos mesclando indignação e reconhecimento a caminho da piedade que nos aproxima da caridade que é a virtude-ação do verdadeiro amor.

Fatidicamente, Semana que vem aconselha no refrão: “não deixe nada para depois / não deixe o tempo passar / não deixe nada para semana que vem / porque semana que vem pode nem chegar”. Ação é Paz. Seu revés é sedentarismo de ideais na figura da monotonia. Letras como esta ao som gritante das guitarras tem efeito valiosíssimo nos tempos atuais.

Em uma inserção no meio da canção, com efeitos sonoros menos graves, um surto impõe verdadeiro susto: “Hoje pode ser o último dia de nossas vidas, última chance de fazer tudo ter valido a pena”. Esta determinante é convicta, não pode ser questionada e convoca a dispersão das almas para algo maior que ‘seu umbigo’.

Nem sempre provoca efeitos imediatos, às vezes eles parecem opostos (observamos radicalismos agitados por muitas canções), mas lembremo-nos que após a tempestade vem a calmaria, portanto após a rebeldia vem a sensatez. Seguindo a cegueira do clarão, surge a nitidez na visão.

Nenhum artista é responsável por provocar toda esta perfeição. Sua função é seguir a própria inspiração com fidelidade. O Transcendente atua e não deixa nada para “semana que vem”. Reflitamos nos grifos em “hoje pode ser o último dia de nossas vidas, última chance de fazer tudo ter valido a pena”. O que te passa pela mente hoje, que pode ser a última chance de fazer TUDO ter valido a pena até agora?

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