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Atividade de Pseudo-Sábio

Atividade de Pseudo-Sábio[1]

Falar muito e não dizer nada, crer que sabe tudo e ser radicalizador: Eis a atividade do pseudo-sábio. Alguém sabe todas as verdades do universo? Alguém sabe, ao menos, algum detalhe sobre si mesmo? A força com que nos impomos ao mundo pode ser, também, a força com que nos enganamos perdidamente.

“Paracaó... Paracaó... Paracaó...”[2] papagaiamos, segundo alguma sábia tribo indígena. Quanto nos dedicamos na busca narcísica por ser a celebridade? Falamos, escrevemos, gritamos, mostramos, não lemos, não escutamos, não atentamos, falamos de novo, escrevemos muitas vezes e aparecemos mais um pouco. Falamos de novo. E de novo. Falamos.

Antes éramos vozes em descobrimento, o instinto prevalecia. O futuro, não longe, o futuro que nós ainda viveremos exige que silenciemos. De acordo com a tribo indígena, ainda, “o... o... o...”, “i... i... i...”: aos poucos. E por fim: “Pssssiu”. Silêncio.

O pseudo-sábio tem as mesmas qualidades de um grande sábio ou intelectual. Seja voltado às ciências ou à religiosidade. O que difere é o orgulho que lhe toma. Tudo o que não está sob sua égide é “fruto verde”[3] e o que faz sempre é perfeito. Este acompanha os macacos, pois apesar da racionalidade tão exitosa, esqueceu de evoluir, também moralmente. Interajamos, mas já é hora de falar um pouco menos e agir mais. Seguir o silêncio que é sábio.



[1] A caracterização compreendida aqui faz alusão à definição dos livros espíritas à palavra “Pseudo-sábio”.

[2] A Prof. Dra. Rosa Maria Viana em aula de Sociologia na Comunicação em 2009 na Faculdade Araguaia, citou o exemplo fornecido pela tribo indígena desconhecida.

[3] Fábula de Esopo, “O lobo e as uvas” carrega a mensagem dos “frutos verdes” que são sempre verdes aos olhos do orgulhoso que não consegue alcançá-los.

Um comentário:

  1. Encontramos muito este biotipo em universidades e às vezes em nós mesmos. Mas como diria Raul Seixas, de nada adianta escrever melosamente sendo que assim não se alcança a todos.

    Abraços.

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