É transcendental e dialético* o sentido que seguimos enquanto o buscamos, num processo-criação chamado cultura. Processo é comunicação.
É real e metafórico* o que construímos através da tensão dialética em nossas culturas. Diálogo é comunicação.
A cultura determina as formas de poder. Quem tem poder transmite o sentido. Quem sente, dialoga, provocando tensão, e cria cultura:
- O poder dos senhores feudais se sustentara na posse da terra até que as fronteiras se desfizeram no ar (Marx);
- O embate moderno entre a classe trabalhadora e a classe dominante detentora dos meios de produção encontrou a tecnologia e o simbolismo provocando uma possível mudança estrutural (Wolton);
- A globalização, com os meios de comunicação no centro de seu esquema de poder, já emerge propondo sua tensão: entre o global e o local (Hall).
Falamos aqui de Idade Média, Moderna e Pós-Moderna, com a premissa de que não passam de terminologias teóricas formadoras passíveis de complementação e reorganização, principalmente no que tange à última.
A linguagem (Saussure) é a parte do processo comunicacional que nos transporta para o meio simbólico, onde mora o poder. Mesmo que seja construído socialmente na realidade, a forma do poder quem dá é o mito, é a linguagem, é a comunicação.
O quadro atual é de uma aparente oposição entre duas tendências da globalização: a homogeneização cultural e a resistência pela reafirmação do local. Se considerarmos como aliadas, faremos dialogar o já ditado "pensar global e agir local", num hibridismo (Canclini) que produz novas culturas.
Num sentido que é caminho, encontramos um sentido que é significado e devemos promover um sentido que é sentimento. "E o amor é o requinte do sentimento" (Lázaro, Paris, 1862). Mesmo que sendo mais um desses sentidos, a comunicação como diálogo compactua e incita essa sublimação: fé, arte e razão.
Apenas mais um ensaio que representa como esses conceitos se conjugam em mim, sem compromisso com métodos ou linhas de pensamento.
* Citações do comentário deixado na postagem anterior pela Dona Deusa (Sílvia Goulart) do coletivo de arte A Negra Ama Jesus.
Caro amigo
ResponderExcluirE que estes conceitos
continuem a instigar
o seu pensamento,
inquietando
e acalmando
sempre que a inteligência
se sentir questionada.
Fique com tudo aquilo
que te acalme o coração.
Aluísio Cavalcante Jr.