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Ensaio sobre Adaylton Neiva - Sociedade, Estado, Mídia, Psicologia e Espiritismo


Ensaio sobre Adaylton Neiva, 31 anos, oito homicídios e três estrupos

Em Goiás, um assassino condenado a mais de 40 anos de prisão consegue ser libertado por ordem judicial. Assim que volta às ruas, mata novamente. A pergunta que fica: por que esse homem estava solto? (fonte: http://www.riachaonet.com.br/materia.php?id=15314)

>> A Sociedade

“O que fazer?” e, como mencionado no trecho de reportagem acima, “Por que esse homem estava solto?”, além disto, “Quem somos nós e o que estamos fazendo?”. São os questionamentos latentes no inconsciente social.

Todos pensam, quase todos condenam, ninguém faz nada. Até que um próximo caso apareça e vire moda... E fatos ainda mais alarmantes ocorram e novos choques, novos impactos. Só há resposta nas vestes de perguntas: “Quem deve fazer?” e “Quando vamos agir pelo que nos aflige a mente?”

>> O Estado

Adaylton denuncia: “Eles me colocaram numa cela e eu fui obrigado a fazer sexo com um monte de homens. Eu pedia remédio e eles me batiam de cassetete dizendo que aquele era o melhor remédio. Vocês acham que alguém sai do presídio melhor recebendo esse tratamento?”

E o delegado responsável (Fabiano Medeiros de Souza) reflete, segundo o Fantástico (Globo) que “a sociedade tem que olhar mais pra esse tipo de pessoa pra gente avaliar se nós estamos fazendo a coisa certa (...)”.

Ironicamente, reflitamos: Claro, senhor delegado, não vê como as coisas estão certas? Oito (ou nove) assassinatos, três estupros e um dentre tantos criminosos jogados ao lado, desamparados.

O Estado ocupa-se com as eleições partidárias. Adaylton clama à sociedade que não permita que o Estado continue agindo assim. Ele elucida. Quem seria mesmo o maníaco? Leia de novo as palavras de Adaylton: “Vocês acham que alguém sai do presídio melhor recebendo esse tratamento?” e ele ainda completa o clamor: “Eu preciso é de tratamento!”

Mais questionamentos para cada um de nós: “Quem é o Estado?” e “Quem pode/deve melhorá-lo?”.

>> A Mídia

Neste caso a mídia tem cumprido seu papel de informante, no entanto nunca consegue e nem parece querer despir-se daqueles mesmos vícios: Isto é comércio. É o assunto constante no Agenda Setting. Morte é o mais cotado dentre os valores-notícia, que guiam a atuação jornalística atualmente. Além deste valor, identificamos ainda, o mistério, o inusitado, o sexo e a contigüidade psicológica criada em torno das famílias das vítimas do caso.

No entanto, não é outro o papel da imprensa, senão divulgar o que a sociedade quer ver. Mesmo que isto esteja, de certo modo, programado para comentarmos.

>> A Psicologia

“Eu preciso de um tratamento. Se eu sair desse jeito, eu vou matar”, declara Adaylton.

O corpo psicológico e psiquiátrico do presídio, em laudo no ano de 2004, atestou que Adaylton “apresentava estabilidade emocional e nenhum distúrbio psicológico”, baseado nisto foi solto e comete mais crimes.

Adaylton fala tudo o que tem que ser dito sobre isto: “Esses psicólogos (do presídio) não fazem exame nenhum. Eles perguntam se você comeu, se você tomou banho. Você acha que esse exame serve para alguma coisa? O psicólogo é incapaz de entender a mente humana.”

Se bem tratado daqui para frente, num futuro próximo, este rapaz pode tornar-se orador para presidiários, para alunos... e para psicólogos.

Reparemos que, quando o psiquiatra convidado pelo Fantástico, Marcos Ferraz, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) diz que é “rara a possibilidade dele voltar à plenitude para viver em sociedade sem ser um risco” ele não cita como se daria esta “rara possibilidade”. Talvez porque a psicologia não tenha respostas.

>> O Espiritismo

O Espiritismo tem respostas.

Há provas cabais, vindas do comportamento inusitado de Adaylton, das considerações da codificação da doutrina espírita.

Veja o quanto é fácil notá-las nas frases do irmão acusado dos crimes:

“Quando eu peguei na garganta dela, ela desmaiou, já tava morta.”

“Eu ouço uma voz, ela fala e eu vou lá e faço”.

“Eu preciso é de tratamento, entendeu?”

“Se eu for solto eu vou matar de novo.”

A doutrina dos espíritos nos revela em vários momentos a relação e a interferência muito próximas dos planos material e espiritual. Tudo se dá pela sintonia de cada espírito que se une aos seus afins. Ouvir vozes é fato mediúnico, nem sempre misterioso, nem diabólico, nem angelical. Neste caso, arrisca-se dizer que a sintonia criada em torno do acusado mesclado à sua mediunidade latente permite que haja comunicação clara das vontades dos espíritos que o acompanham nos crimes, seguido do estado de subjugação pelo Adaylton, onde não mais consegue controlar seus pensamentos ou atitudes.

Espíritos que ainda não conseguiram enxergar a luz, se comprazem no gozo de atividades maléficas e carnais. Para isto, precisam do trabalho mediúnico que os ligue com este mundo em que estamos para saciar-lhes o desejo. Quando Adaylton comete um crime, estando subjugado, quem o faz são estes espíritos sedentos de rancor, de ódio e de vingança. Fato ilustrado com clareza quando Adaylton cita que ao levar as mãos para estrangular a moça, ela já havia desmaiado e estava morta. Na prática, os espíritos que o acompanhavam certamente já sugavam com tanta ânsia e tanta necessidade deste gozo do mal, que a mulher fora levada pelos espíritos socorristas à luz. Isto, em momento algum quer dizer que as pessoas vitimadas foram levadas pelos espíritos obsessores. Estes não tem poder, eles tem livre arbítrio e estão em situações de necessitados do amparo divino, que, com certeza, receberam um dia. Assim que avistarem a ponta do véu e clamarem por oportunidades de reparo. Não nos cabe, segundo a doutrina espírita, julgá-los, muito menos condená-los. Deus fará justiça, pois ele é o único que a consegue fundida à bondade.

Como nada é por acaso e tudo é aproveitado na obra divina, observamos que Adaylton sofre certas expiações e certas provações, mas ao mesmo tempo, pela dor, contribui para a evolução no planeta Terra. Estes casos extremamente anormais aos olhos sociais servem para chamar-nos a atenção e nos alertar quanto à moral.

Em uma coisa o delegado estava certo: Está na hora (ou melhor, passando de hora) da sociedade olhar mais para estas pessoas.

Que são nossos irmãos em prova. Este não é o primeiro nem único caso que nos convoca à caridade constante. A tentativa de elucidação neste texto, esclareço é apenas um ensaio baseado em informações colhidas e intuições de acordo ao pouco conhecimento sobre toda a abrangência da doutrina dos espíritos. E ainda podem haver erros de interpretação e de ação, visto que apesar de usar referências de leituras pessoais, nenhum material foi consultado e anexado. Mas o debate sempre é válido.

Cabe-nos a caridade de orar (e agir) pelas vítimas desencarnadas, mas também pelo Adaylton e por tantos irmãos envolvidos em processos obsessivos que podem desencadear novos casos. Não devemos expurgar ou maldizer espíritos inferiores, mas caminhar com eles ajudando-os a crescer, este é o modo com que cada um de nós cresce também. O tratamento e o acompanhamento é expressão da paz, do amor. Todos podemos fazer um pouco.

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